Por que devemos procurar um médico antes de começar a correr?

Por Edmur Hashitani

A corrida é uma prática saudável que beneficia milhões de pessoas ao redor de todo o mundo. No Brasil, o esporte ganha novos adeptos a todo o tempo. Mas para começar é preciso ter certos cuidados. Estar com a saúde em dia é fundamental para que os treinos não sejam surpreendidos com um mal estar ou até algo mais grave.

Um dos principais passos para quem quer começar a correr é procurar um cardiologista para verificar se não há nenhuma doença no coração que impeça a prática de atividades físicas.


O Prof. Carlos Alberto Pastore, cardiologista do Incor do Hospital das Clínicas da FMUSP e livre-docente em cardiologia, explica que mesmo pessoas jovens devem fazer testes para verificar o quanto de esforço aguentam. Isso deve ser feito antes de se criar uma rotina de exercícios. Segundo ele, “algumas doenças só se expressam quando você faz esforço. No dia-a-dia você não sente nada, mas quando for submetido a uma grande atividade, uma descarga de muita adrenalina, uma frequência muito alta, algumas doenças aparecem”.

Esse teste de esforço é importante para evitar que os sintomas de doenças sérias peguem o corredor iniciante desprevenido enquanto estiver se exercitando. O exame pode mostrar também qual a intensidade da atividade que o coração é capaz de suportar.  Além da parte cardiovascular, explica o Prof. Pastore, pessoas com mais idade também devem se submeter a uma avaliação ortopédica para verificar se têm condições físicas para a corrida.



Em casos mais extremos, uma doença cardiovascular pode levar até à morte súbita durante um grande esforço, como disputar uma maratona, por exemplo. Segundo o cardiologista, existem algumas doenças genéticas que só se expressam durante a atividade física. Uma delas é a hipertrofia, que causa um crescimento anormal no músculo do coração. Sem esforço, ela não apresenta sintomas. Mas quando se exige mais do órgão, ela pode ser fatal.

Segundo o Prof. Pastore, esses quadros mais graves podem ser evitados com os exames preventivos. Ele explica que, com exceção de doenças muito raras, os testes podem detectar as patologias que possivelmente o corredor tenha e então determinar quais próximos passos ele deve seguir.

Além de consultar um médico periodicamente, é preciso estar atento aos sintomas durante as provas e treinos. Os principais são dor ou ardência no peito, que podem indicar que há algum problema coronário. Nesse caso, o atleta deve interromper a atividade e procurar um especialista antes de voltar a correr.



O médico lembra ainda que outro sintoma que deve ser observado é o ritmo do coração. Segundo ele, durante a corrida o órgão deve ter um ritmo regular. “Se ele fica irregular, o atleta se sente mal, cansado, então esse é um dado que se deve verificar para ver o que está acontecendo”. Quando um atleta estiver preparado para determinada distância e, mesmo assim, apresentar cansaço extremo, também deve consultar seu médico.

Outro risco muito importante para o coração e para a saúde em geral de um candidato a corredor é o tabagismo. O Prof. Pastore explica que “o cigarro não faz mal só para o pulmão. Ele faz mal para a doença do coração, ajuda a entupir os vasos, promove inflamações e facilita o processo de obstrução de coronárias.” Por isso, os fumantes estão mais propensos a ter problemas mais sérios, além de prejudicar também o desempenho na atividade.

A recomendação nesse caso, claro, não é deixar de correr. É deixar de fumar.

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